A história do arquipélago de Fernando de Noronha é tão antiga quanto a do Brasil. Descoberto em 1503, pelo navegador Américo Vespúcio, foi doado ao financiador da viagem, o português Fernão de Noronha, daí a origem do nome.
Segundo uma versão considerada oficial, ao aportar na ilha Vespúcio teria dito: “o paraíso é aqui”. Não há como duvidar que ele realmente tenha dito isso. O cenário comprova. Mas, apesar de bela, a ilha foi abandonada pelo donatário e sofreu vários ataques de piratas, além das invasões dos holandeses (1629 a 1654) e franceses (1736 a 1737). Para defender sua propriedade, Portugal ocupou a ilha e implantou um sistema de defesa composto por uma dezena de fortes, localizados acima de todas as praias onde fosse possível o desembarque.
A ilha também serviu de presídio, recebendo presos comuns de Pernambuco e, eventualmente, presos políticos dos grandes conflitos ocorridos no país. As ruínas do antigo edifício prisional ainda continuam no local.
Transformado em Território Federal em 1942, o arquipélago foi administrado pelas Forças Armadas até 1987. Com a redemocratização do País, passou a ser subordinado ao Ministério do Interior e, com a Constituição de 1988 foi reintegrado ao território de Pernambuco.
O casarão colonial situado no centro da Praça d´Armas da Vila dos Remédios é a sede da administração de Fernando de Noronha. Construído em 1947, tem janelas ogivais e móveis de meados do século. Guarda também duas telas de valor ornamental e de grande porte que têm a assinatura de Wash Rodrigues, um pintor pernambucano. Outra obra de arte é um vitral com a imagem do arcanjo São Miguel, em tamanho natural, feito pela vitralista Aurora Lima. O edifício e antigas fortalezas estão no roteiro do passeio Caminhada Histórica pela ilha.
Na mesma época também foi criado o Parque Nacional Marinho, que abrange uma área de 112,7 quilômetros quadrados, com o objetivo de proteger espécies representativas dos ecossistemas terrestre e marinho, além de controlar a visitação e a pesquisa científica.
Verdadeiro tesouro natural, Noronha é um dos poucos lugares do planeta onde ocorre concentração de golfinhos rotadores. Na Baía dos Golfinhos é um aquário natural dessa espécie. Toda a área está reservada para descanso e reprodução dos simpáticos mamíferos, que encantam os visitantes com seus saltos enquanto acompanham os barcos e catamarãs – uma das cenas mais famosas de Noronha. O espetáculo pode ser apreciado em passeios de barco ou do alto do Mirante dos Golfinhos, preferencialmente pela manhã. O mergulho nessa área é proibido.
Nas praias do Leão e do Sancho são pontos de desova das tartarugas marinhas aruanãs, que também conhecidas como tartarugas verdes. A espécie é monitorada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, por meio do Projeto Tamar.
As tartarugas podem ser avistadas a partir de novembro, época em que se inicia o processo de reprodução. A tartaruga-de-pente, por exemplo, utiliza o arquipélago apenas como local de crescimento e alimentação.